Design e Artesanato
Design e Artesanato

Casa Vogue – Irmãos Campana
Por Raissa Fortes
O artesanato perdeu seu espaço com o advento da Revolução Industrial e se tornou uma forma obsoleta de trabalho, uma vez que perdeu o prestígio de sua função. Dessa forma, bastava um bom Designer e uma mão de obra disposta ao trabalho braçal para a execução dos produtos, criando um abismo entre artesanato e design.
Com a excessiva mecanização dos processos e a impessoalidade dos objetos, viu-se a necessidade do resgate desse fazer à mão e de todo ritual e cultura implícitos no ato. Assim surgiram vários movimentos que tentavam driblar essas contradições geradas pela Revolução Industrial, sendo um deles o Arts and Crafts.
Essa tendência artística da segunda metade do século XIX, lutou para revitalizar o artesanato e as artes aplicadas durante uma época de crescente produção em série e defendia o artesanato criativo como alternativa à produção em massa. Era uma união entre o design e o artesanato.
Hoje o artesanato voltou a ser valorizado e existem diversas ações que unem de forma efetiva
os Designer e Artesãos, como as efetuadas por Marcelo Rosenbaum, Sérgio J, Irmãos Campana, dentre outros. A peça única se tornou contraponto natural à uniformização e à padronização dos produtos em série. Quando o artesanato se soma ao design, há um empoderamento dos artesãos, pois promove o resgate cultural, a valorização dos costumes regionais e do humano.
Como diria Adélia Borges em trecho escrito para o jornal Gazeta Mercantil em 2000. O artesanato é um patrimônio inestimável que nenhum povo pode se dar ao luxo de perder. Mas esse patrimônio não deve ser congelado no tempo. Congelado, ele morre.
Mais tarde Adélia viria a escrever o livro Design + Artesanato – O Caminho Brasileiro. Citando mais um trecho do livro de Adélia Borges. Os objetos artesanais surgem como um contraponto. Num mundo virtual, oferecem uma experiência real. Em vez da uniformidade e da padronização dos objetos industriais, são únicos, nunca idênticos.
Têm a beleza da imperfeição (…). Envelhecem com dignidade, podendo permanecer ao nosso lado por toda a vida. Eles nos contam de um lugar preciso, onde foram feitos por pessoas concretas. São honestos, confiáveis. Transmitem cultura, memória. Trazem um sentido de pertencimento. Por tudo isso, podem tocar o nosso coração, a nossa alma”.
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